Como todos sabem, vacas são sagradas para os indianos. A novidade para nós é que alguns deles cultuam ratos como deuses e acreditam serem estes a reencarnação de humanos, em um estágio prévio de volta à terra, como gente novamente.
Essa prática acontece na cidade de Bikaner em Nova Delhi, região do Rajasthan, norte da Índia. Lá, existe o templo de Mata Karni e nele os indianos cultuam a deusa Durga. Estima-se que no templo vivam mais de 25 mil ratos soltos e que dividem espaço e comida com humanos que também moram lá.
O Templo de Karni Mata, existente há 600 anos, na cidade de Deshnok, no Rajastão (maior estado da Índia), é conhecido como o “Templo dos Ratos” e é um tradicional local de peregrinação religiosa entre os hindus.
Até na Bíblia os ratos mereceram citação. Em algumas passagens, escritas há 3 000 anos, eles são classificados como “impuros”. Os homens tementes a Deus deveriam manter distância deles.
Também eram usados, no Oriente, pelos primitivos sacerdotes chineses para fazerem previsões. No Japão, o camundongo do folclore de Sagas era um ser sábio, mensageiro e símbolo do deus das riquezas, DaiKoku.
Na Palestina o ódio tradicional pelos camundongos se descreve nos mandamentos dos hebreus, anotado no Levítico.
No velho testamento se descreve uma praga de camundongos e ratos em 2.000 AC, precedido por enfermidades intestinais. Na Europa, os cristãos associavam ratos e camundongos com bruxas e feiticeiras devido à atitude de rejeição assumida pela igreja contra os roedores desde o antigo testamento.
Associação de humanos com roedores comensais é muito antiga: esqueletos de roedores do gênero Mus e Rattus foram encontrados no Pleistoceno médio (2,5 a 1 milhão de anos atrás), junto a restos de alimentos usados pelos habitantes humanos.
O que são animais Sinantrópicos?
Sinantropia (do grego: syn-, “junto” + anthro, “humano”) é a designação dada em ecologia à relação de comensalismo estabelecida pelas espécies animais e vegetais que se instalam nos povoamentos humanos beneficiando-se das condições ecológicas criadas pela atividade humana no processo de urbanização do meio rural, florestal ou natural resultando na capacidade dessas espécies de flora e fauna para habitar em ecossistemas antropizados, adaptando-se a essas condições independentemente da vontade do homem.
A transformação de ambientes naturais em áreas urbanas e rurais modifica a flora e a fauna. A maioria das espécies nativas é extinta, mas algumas se adaptam , passando a se beneficiar do material orgânico acumulado nessas áreas por ação antrópica.